“Muito prazer, eu sou o silêncio”
Ontem meu amigo Bruno me disse: “quem não tem tempo para o ócio e o silêncio, nunca vai entender as próprias razões’. Voltei para casa pensando que a nossa busca deve mesmo ser para dentro de nós e não para fora. Mas para isso, precisamos nos permitir acessar essa dimensão.
Como contadora de histórias, tenho sentido a cada dia, como a força do silêncio traz mais potência do que a palavra na hora de narrar.
Entendo ser papel dos pais e educadores, oferecer momentos de silêncio para nossos filhos ou alunos. E nós podemos ser mediadores dessa contemplação. Como ?
– Convidá-los a ouvir o silêncio. Crianças amam essa prática. Tente!
– Ensiná-los a respirar fundo de vez em quando (parece óbvio, mas nossa respiração geralmente é curta e ofegante);
– Incentivá-los a contemplar a natureza, olhar para o céu ou sentir os pingos da chuva;
– Parar e sentir as batidas do coração com eles; Já tentou isso ?
– Desligar a TV e colocar, durante um tempo, celulares e outros eletrônicos dentro de um baú ou algum esconderijo. Peça para a criança esconder os eletrônicos de você, por ex. Eles amam esconde esconde. Arrisque!
– Parar intencionalmente para silenciar por alguns instantes. Façam isso todos os dias por alguns minutos. Lembre que seu dia tem 24 horas.
Acima, apenas meia dúzia de dicas para as crianças experimentaram esse prazer do silêncio e do ócio. Entendo que nesses momentos acessamos o que a vida nos oferece de mais BELO.
Eu sou dessas pessoas que fico enlouquecida com ruídos. Não ligo nem som no carro. Tem coisa mais chata, por exemplo, do que você entrar na casa de alguém e tentar falar mais alto do que a televisão ligada no canto da sala? Acho até falta de delicadeza receber alguém assim. E quando você vai numa loja e mal consegue entender o que o preço que o vendedor fala por causa da música (geralmente alta) ao fundo? Fico com pena de quem trabalha num lugar assim. E quando se vê alguém caminhando no meio da natureza com um fone de ouvido? Os pássaros perdem audiência assim. Coitados!
Você concorda que esse mundo acelerado tem nos roubado de nós mesmos? Vamos silenciar e acessar esse novo lugar?
Para se inspirar ainda mais, indico a leitura do artigo “Antes de dar um celular para seu filho deixe-o experimentar o tédio” escrito pelo Daniel Becker. Vale muito a pena! Segue abaixo o link:
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